LIVRO O QUE APRENDI COM MINHAS CÉLULAS REBELDES?
Livro traz relato como diagnóstico de câncer resultou na materialização de projetos sociais
A professora de yoga Luciana Lobo escreve livro com a jornalista Brunna Condini, relatando, de forma emocionante e lúcida, como o diagnóstico de um câncer foi sua passagem rumo à jornada de materialização de três projetos sociais.
E quando a vida sai do roteiro em um dos seus melhores momentos e às vésperas da realização de um sonho?
Foi exatamente isso que aconteceu com Luciana Lobo, professora de yoga e mestre em Ciências Biológicas (Microbiologia) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), naquele maio de 2017. Após um segundo exame, feito por insistência da sua massoterapeuta, ela recebeu o diagnóstico de um câncer de mama. Luciana estava com 41 anos, casada há quase 20, com dois filhos pequenos e se preparava para inaugurar seu estúdio de yoga, um espaço para o autocuidado através das PICs ( Práticas Integrativas e Complementares), o YOGAPICs. Mas tinha um câncer no meio do caminho.
A jornada do diagnóstico, passando pelo tratamento até a remissão do câncer, é o contexto do livro “O que Aprendi com Minhas Células Rebeldes?” (Editora Autografia; 127 páginas; R$ 44,90), que Luciana Lobo escreveu em parceria com a jornalista Brunna Condini, com lançamento no mês de julho/20. Luciana chamou seu câncer de “minhas células rebeldes”, porque o que dá origem a um câncer, como ela explica, é a “rebeldia” das células, que se multiplicam de forma desordenada e sem controle, dividindo-se mais rápido que outras. Esse excesso de células vai invadindo todo o organismo, adoece o corpo e dá origem aos tumores malignos.
Durante o tratamento, Luciana criou três projetos sociais que beneficiam pacientes oncológicos de forma gratuita: o Instituto ZENcancer, que oferece práticas integrativas e complementares aos pacientes, como a yoga e a meditação; o “Vamos falar de câncer?”, projeto de extensão na UFRJ que beneficia estudantes e profissionais da área oncológica, crianças com câncer e sem, por meio do compartilhamento de informações validadas cientificamente e produção de material didático sobre o tema; e o “Com fiar”, que viabiliza aulas de crochê para criação de perucas e brinquedos para pais e acompanhantes de crianças em tratamento.
“Eles foram criados nas minhas madrugadas insones, por conta dos efeitos colaterais da quimioterapia e dos corticoides no organismo”, recorda Luciana. “Pensava que eu poderia transformar o que estava vivendo em algo bom. Mas como fazer isso? Uma tarde, enquanto praticava yoga, constatei como era abençoada por ter essas ferramentas, que me ajudavam no processo de recuperação. Desejava dividir isso com outras pessoas que estivessem passando pelo mesmo”, acrescenta.
E no meio da pandemia, mais um livro
Os planos de Luciana Lobo para 2020 incluíam lançar “O que Aprendi com Minhas Células Rebeldes?”, e expandir os projetos do Instituto ZENcancer. Mas veio a pandemia do novo coronavírus, e a professora precisou interromper as atividades presenciais do seu estúdio de yoga em Botafogo. No entanto, os alunos do projeto não ficaram sem amparo. Ela vem orientando práticas gratuitas de yoga e meditação, gratuitas há mais de cem dias. Desta experiência, Luciana vem escrevendo seu segundo livro, “Dias de Recolhimento – Um Olhar para Dentro em razão da Covid-19”.
Com organização de conteúdo e entrevistas realizadas também pela jornalista Brunna Condini, Luciana vai compartilhar práticas para uma vida mais saudável e com mais bem-estar, durante e pós pandemia.
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