Aplicar na poupança, não deveríamos arriscar mais ?
por Aécio Schröder da Silveira*
Poucos são os brasileiros que chegam ao fim do mês com dinheiro sobrando e, diante de um quadro de instabilidade econômica, mesmo quem consegue fazer uma reserva vem recorrendo a aplicações de menor risco, deixando a boa estratégia de lado. É o que revela o Indicador de Reserva Financeira, apurado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). Em abril, a velha e conhecida poupança seguiu na liderança (65%) entre as modalidades de investimento.
Manter o dinheiro em casa foi a opção de 25% dos poupadores, enquanto 20% deixaram os recursos parados na conta corrente. Apenas 8% escolheram a previdência privada e 7% os títulos do tesouro direto.
Os números demonstram o quanto temos de conservadorismo em nosso trato com o dinheiro, pois as fontes de informações que atualmente estão disponibilizadas, permitem que tenhamos ampla possibilidade de maiores ganhos, não abrindo mão da segurança financeira, mas, ampliando nossa rentabilidade.
As instituições financeiras, face à grande concorrência instaurada, têm baixado ou até zerado taxas de intermediação, como para aplicação no tesouro direto, onde não é mais cobrada taxa de corretagem para aplicação nesta modalidade.
Investir é diferente de poupar. Ao deixar o dinheiro na poupança, você está apenas poupando (economizando). Para investir, é necessário ter atitude e proatividade para sair da zona de conforto e ganhar mais dinheiro.
É por esse motivo que, por exemplo, os títulos públicos do Tesouro Direto são melhores para o investidor do que a poupança. Eles rendem mais, são mais seguros e são ótimas opções para dar o primeiro passo e aumentar seu patrimônio.
Dou algumas dicas que podem ser úteis:
– “Quero sacar com facilidade” (a conhecida liquidez): buscar uma aplicação que possa socorrer na hora de imprevistos é importante. A poupança cumpre esse papel, mas tem o inconveniente de render pouco e, não raro, abaixo da inflação. Outras opções são os CDBs e os fundos de investimentos com liquidez diária, além do Tesouro Selic;
– “Meu dinheiro é pouco”: a partir de R$ 30 por mês é possível aplicar no Tesouro Direto Selic. Com vencimento em março de 2025, por exemplo, o investidor poderá resgatar R$ 2.613,10. Sempre que possível, recomenda-se aumentar os aportes mensais para que a reserva cresça mais rapidamente;
– “Tenho medo de perder dinheiro”: em investimentos em renda variável (ações, por exemplo) o risco existe, mas há outras opções em que esse risco é muito baixo ou, quase nulo. Modalidades como CDB e a poupança são resguardadas pelo Fundo Garantidor de Crédito em até R$250 mil (FGC).
Consumidores, reflitam sobre este ponto, ter mais rentabilidade e, administrar da melhor maneira nossos recursos, pode fazer muito diferença num futuro não muito distante. Bons investimentos.
Aécio Schröder da Silveira
Bacharel em Administração de Empresas, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Ciências Jurídicas e Sociais pela PUC/RS, Pós Graduado em Marketing, UFRGS e em Gestão Pública pela Escola do Ministério Público do RGS. O servidor do Ministério Público do Rio Grande do Sul e Educador Financeiro faleceu em 9 de setembro de 2020.
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