Greve dos caminhoneiros
O presidente da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos, Diumar Bueno, avaliou como “insatisfatória” e “frustrante” a reunião com o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, realizada na tarde de quarta-feira (23.05.18). Um novo encontro entre a CNTA e o governo federal será realizado na quinta-feira (24.05.18).
“O governo não trouxe nenhuma resposta para a categoria. Na verdade, ele pediu mais prazo. Mas é importante lembrar que as reivindicações dos trabalhadores não são nenhuma novidade. No último dia 16, por exemplo, protocolamos um documento com toda a nossa pauta e alertamos, inclusive, para o que poderia acontecer caso não fossemos atendidos. Lamentavelmente, teremos que passar mais uma noite na estrada, em greve”, disse Diumar Bueno.
Após o encontro com o ministro Padilha, o presidente da CNTA participou de reunião com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). No encontro, Maia se comprometeu a dar andamento a pautas importantes aos caminhoneiros, como o PLS 121/2017, que cria uma política de preços mínimos para o transporte rodoviário de cargas. O marco regulatório para o transporte de cargas também será priorizado, segundo o presidente da Casa. O projeto abrange questões como o estabelecimento de uma política de garantia de remuneração para caminhões parados e limitação do valor do frete cobrado pela empresa.
Ainda na noite desta quarta-feira (23), o presidente da Petrobras, Pedro Parente, anunciou a redução de 10% no diesel nas refinarias. Segundo ele, essa diminuição seria realizada por 15 dias.
“Nossa greve continua. Vimos a disposição do Congresso em avançar na nossa pauta, mas precisamos de um compromisso concreto do governo federal; precisamos de uma lei. Enquanto não houver isso, nos manteremos firmes nas estradas, respeitando todos os limites colocados pela Justiça”, conclui o presidente da CNTA, Diumar Bueno.
Manifestação em todo País
Todos os 26 estados e o Distrito Federal estão inseridos na manifestação em defesa da redução de impostos sobre o preço do óleo diesel e o fim da cobrança de pedágio dos caminhões que trafegam vazios e com os eixos suspensos.
A manifestação entrará no quarto dia na quinta-feira (24), com mais de 300 pontos de paralisação espalhados de Norte a Sul, Leste a Oeste do Brasil.
“O Brasil funciona sobre rodas. Nesses dias de protestos, já registramos desabastecimento em algumas regiões. Algumas montadoras de veículos também já anunciaram a redução de turnos de trabalho por falta de peças. A indústria agropecuária também está sendo forçada a paralisar atividades por problemas logísticos. Além disso, postos de combustíveis começam a ficar sem produto. Não queremos causar prejuízo à população. E por isso é essencial e urgente que o governo atenda nossas reivindicações”, alerta o presidente da CNTA, Diumar Bueno.