Setor calçadista brasileiro : exportações caem e importações aumentam

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Calçados brasileiros

Balança Comercial – Setor de Calçados : exportações caem e importações aumentam em junho
 
Junho, último mês do semestre foi de queda nas exportações de calçados. Dados elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) apontam que no mês seis foram embarcados 6,4 milhões de pares que geraram US$ 65,45 milhões, quedas de 25,8% em volume e de 24,5% em receita no comparativo com o resultado do mesmo mês de 2018. Com isso, no acumulado do semestre, somaram-se 58,3 milhões de pares embarcados que geraram US$ 480,7 milhões, números 5,3% superiores em volume e 1,3% menores em valores no comparativo com igual ínterim do ano passado.
 
No semestre, os principais destinos das exportações brasileiras de calçados foram os Estados Unidos (6,4 milhões de pares e US$ 101,25 milhões, incrementos de 28,4% em volume e de 34,6% em receita no comparativo com período correspondente do ano passado), Argentina (3,47 milhões de pares e US$ 44,5 milhões, quedas de 37,2% em volume e de 41,8% em receita) e França (3,47 milhões de pares e US$ 26,16 milhões, quedas de 1,1% em volume e de 13,6% em receita).
 
Origens
No semestre, a principal origem das exportações brasileiras do setor foi o Rio Grande do Sul. No período, os fabricantes gaúchos embarcaram 14,18 milhões de pares que geraram US$ 212,44 milhões, incremento de 5,3% em volume e queda de 2,5% em receita no comparativo com período correspondente de 2018.
 
A segunda origem do semestre foi o Ceará, de onde partiram 21,3 milhões de pares que geraram US$ 129,7 milhões, queda de 3,6% em volume e alta de 4% em receita em relação ao mesmo ínterim do ano passado.
 
A terceira origem do período foi São Paulo. Os fabricantes paulistas embarcaram 3,83 milhões de pares por US$ 50,7 milhões, incremento de 8,6% em volume e queda de 5,8% em receita no comparativo com os seis primeiros meses de 2018.
 
Para o presidente-executivo da Abicalçados, Heitor Klein, o resultado reflete, sobretudo, a queda das exportações para a Argentina, o segundo destino do calçado brasileiro. “Nos primeiros meses de 2018 o país vizinho chegou a ultrapassar os Estados Unidos como principal destino. A deterioração das importações foi rápida e tem explicação, especialmente, na necessidade imposta pelo FMI de manutenção das reservas internacionais daquele país – o que inibe importações – e também na fraca demanda interna”, avalia. Segundo Klein, o que tem “salvo” o resultado são os embarques para os Estados Unidos, em crescimento em função da guerra comercial instalada por Donald Trump e a China. “A guerra comercial instalada tem feito com que os importadores norte-americanos busquem fornecedores em países que não a China”, comenta Klein, ressaltando que 70% das importações estadunidenses – 1,7 bilhão dos mais de 2,3 bilhões de pares importados anualmente – de são de calçados chineses.
 
Importações
No semestre, foram importados 15,6 milhões de pares por US$ 180,87 milhões, incremento de 2,4% em volume e queda de 1,3% em dólares no comparativo com período correspondente de 2018. Segregando apenas o mês de junho, foram importados 1,72 milhão de pares por US$ 26,74 milhões, quedas de 16,7% em volume e de 10% em receita em relação ao mês do ano passado. As principais origens das importações de calçados foram Vietnã (5,66 milhões de pares por US$ 89,2 milhões, quedas de 6,5% em volume e de 12% em dólares na relação com mesmo período de 2018), Indonésia (2,33 milhões de pares por US$ 35,87 milhões, altas de 22,6% e de 12%, respectivamente) e China (6 milhões de pares por US$ 24,34 milhões, incrementos de 4,3% e de 9,6%, respectivamente).
 
Em partes de calçados – cabedais, solas, saltos, palmilhas etc – as importações do semestre somaram US$ 16 milhões, 44,3% menos do que no período correspondente de 2018. As principais origens foram China, Paraguai e Vietnã.

Reprise : primeiro semestre de 2018 registrou recuo nas exportações 
Os problemas na competitividade para o calçado brasileiro no exterior ficaram mais evidentes com a crise brasileira. Dados elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) apontam que no primeiro semestre as exportações caíram 6,7% em volume (de 59,36 milhões para 55,37 milhões de pares) e 7,9% em receita (de US$ 528,7 milhões para US$ 486,9 milhões) no comparativo com igual período de 2017. Segregando o mês seis, foram embarcados 8,6 milhões de pares por US$ 86,6 milhões, quedas de 15,5% e de 0,9%, respectivamente, em relação a junho do ano passado.
Para o presidente-executivo da Abicalçados, Heitor Klein, o fato não surpreende, já que está sendo verificado um arrefecimento das exportações desde abril. “A crise econômica brasileira e seu viés político afetou diretamente o setor, por conta das oscilações abruptas no câmbio e também fatores políticos, como a paralisação registrada em maio e que causou desabastecimento de insumos na indústria”, comenta, ressaltando que, no início do ano, a perspectiva era muito mais positiva. “As incertezas brasileiras não permitem qualquer prognóstico, muito menos positivo”, lamenta, ressaltando que, se tiver alguma recuperação – por conta da participação nas feiras internacionais do segundo semestre -, ela só será sentida nos últimos meses do ano ou início de 2019. “A maior parte das vendas de primavera-verão, ponto forte das exportações brasileiras, já foram negociadas e não notamos melhora nos índices”, avalia o executivo.

Heitor Klein - Presidente da Abicalcados - Foto FlashTop
Heitor Klein – Presidente da Abicalcados – Foto FlashTop

Destinos
O principal destino do calçado brasileiro no primeiro semestre foi a Argentina. No período, os argentinos compraram 5,5 milhões de pares por US$ 76,4 milhões, altas de 30,6% em volume e de 18,2% em receita no comparativo com igual ínterim de 2017. O segundo destino foi os Estados Unidos, para onde foram embarcados 5 milhões de pares por US$ 75,2 milhões, alta de 10% em volume e queda de 21,6% em receita em relação ao ano passado. O terceiro posto do período foi a França, que importou 3,5 milhões de pares por US$ 30,2 milhões, altas de 40,3% e 9,8%, respectivamente, no comparativo com igual período de 2017.
Origens
Nos seis primeiros meses do ano o Rio Grande do Sul foi o principal exportador de calçados. Respondendo por quase 45% do valor gerado pelos embarques brasileiros, os calçadistas gaúchos embarcaram 13,4 milhões de pares por US$ 217,9 milhões, quedas de 0,4% em volume e de 2% em divisas no comparativo com período correspondente de 2017. A segunda origem do calçado exportado foi o Ceará, que no primeiro semestre embarcou 22 milhões de pares por US$ 124,7 milhões, quedas de 1,4% e de 3,4%, respectivamente. O terceiro exportador do período foi São Paulo, que comercializou 3,5 milhões de pares por US$ 53,8 milhões, quedas de 16% e de 12% na relação com os seis meses do ano passado.
Importações
Movimento inverso fizeram as importações de calçados. No primeiro semestre entraram no Brasil 15,2 milhões de pares pelos quais foram pagos US$ 183 milhões, altas tanto em volume (16,8%) como em valor (5,2%) no comparativo com o mesmo período do ano passado. Somente no mês passado foram importados 2 milhões de pares por US$ 29,6 milhões, altas de 18,6% e de 6,2% em relação a junho de 2017.
As origens seguem sendo os países asiáticos. Vietnã (6 milhões de pares e US$ 101,3 milhões, altas de 13,4% e de 5,8%, respectivamente), Indonésia (1,9 milhão de pares e US$ 32 milhões, quedas de 3,4% e de 3,8%) e China (5,8 milhões de pares e US$ 22,2 milhões, altas de 38% e de 26,6%) encabeçam o ranking.
Em partes de calçados – cabedais, solas, saltos, palmilhas etc – a importação chegou a US$ 28,8 milhões, 46% mais do que no primeiro semestre de 2017. As principais origens foram China, Vietnã e Paraguai.