Coluna Patrícia Lazzaretti : Garçom!!! Poderia, POR FAVOR, me atender

coluna Patricia Lazzaretti - uriel galarca
Coluna Patricia Lazzaretti – Uriel Galarça

Garçom!!! Poderia, POR FAVOR, me atender

Acho que eu tenho ímã para atrair certas coisas. Ser atendida por péssimos garçons é uma delas. Coisas absurdas já aconteceram comigo, tipo: ir a um restaurante com cinco amigas e o garçom servir apenas três pratos; pedir um sanduíche de queijo e presunto e vir um de ricota com cenouras; pedir carne mau passada e receber um bife esturricado. Agora tem algumas façanhas que são clássicas e acontecem com todo mundo, tipo: a incrível habilidade de o copo da sua bebida vir com gelo e limão ou o suco já vir adoçado. Pelouamourrrrrrrr, gelo, limão e açúcar só devem ser incluídos na bebida quando o cliente pedir!
Mas teve uma vez que foi a superação do péssimo atendimento. Eu estava com muita pressa e também com muita fome. Decidi comer algo rápido numa cafeteria que estava no meu caminho. Sentei-me à mesa e olhava para o balcão, onde os funcionários conversavam animadamente, olhando um para o outro e nunca para os clientes. Eu olhava, me esticava, e implorava mentalmente para que o garçom me olhasse e viesse tirar meu pedido. Como minhas habilidades telepáticas não funcionaram, acabei chamando o garçom no grito mesmo. Só assim ele veio.
Pedi o cardápio, ele foi buscar e me entregou. Detalhe, ele já deveria ter o cardápio na mão. Mas ok. Depois de alguns minutos com o cardápio em mãos decidi o que queria pedir, mas o garçom esqueceu que eu estava ali porque nunca mais voltou. Lá fui eu lançar olhares suplicantes, me esticar e enviar mensagens telepáticas. E, de novo, nada funcionou. Ergui um braço, ergui dois, fiquei cruzando e descruzando-os no ar, até que finalmente consegui chamar atenção do sujeito que havia voltado a tagarelar com seus colegas.
Nestas alturas já haviam se passado uns 20 minutos e minha ideia de fazer uma refeição rápida estava se tornando uma saga …. Pedido feito, questionei quanto tempo demoraria, a resposta foram dez minutos. Se eu esperei 20 minutos para fazer o pedido, dez para aguardar um prato congelado era fichinha, pelo menos agora eu não precisaria mais chamar a atenção do garçom, afinal ele não teria o que fazer com o prato a não ser me servir quando estivesse pronto.
Mais meia hora se passou, somados aos 20 minutos de antes do pedido eu já estava ali há 50 minutos! O cara de pau e incompetente do garçom teve a coragem de vir até a minha mesa e me informar que o prato que eu havia pedido estava em falta. Depois um cara desses morre e não sabe por quê. Na impossibilidade de virar a mesa na cabeça dele eu desisti de fazer um novo pedido. Mas como eu estava faminta, decidi ir pessoalmente até o balcão, escolhi um lanche pronto, que me foi entregue pela balconista, voltei a mesa e finalmente fiz minha refeição.
E quando eu achei que todos os meus problemas estavam acabados, me dei conta que eu estava novamente nas mãos daquele maldito garçom, eu tinha que pedir a conta. Lá fui eu lançar olhares suplicantes, me esticar, agitar os braços, enviar mensagens telepáticas, mandar sinal de fumaça, levantar, gritar, me jogar no chão simulando um ataque epilético, ligar luzes coloridas piscantes, ligar o som no último volume, esfaquear uma senhora idosa, enfim, nada funcionou, acabei presa #SoQueNão. Eu e minha mente imaginativa levantamos e fomos pagar a conta direto no caixa. Foi mais rápido. Mas até hoje fico pensando se o sujeito é um completo incompetente, ou se a conversa com as colegas estava tão boa a ponto de ele esquecer que estava trabalhando ou se ele foi subornado para me irritar. Dúvida cruel.

COLUNA PATRÍCIA LAZZARETTI

coluna Patricia Lazzaretti
Patrícia Lazzaretti – jornalista – correspondente internacional/Europa
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