Indústria calçadista brasileira : desemprego, queda de produção e nas vendas internas e exportações

Abicalcados - Calçados Brasileiros
Abicalcados – Calçados Brasileiros

Indústria calçadista brasileira : desemprego, queda de produção e nas vendas internas e exportações

A indústria calçadista brasileira, desde o agravamento da pandemia do novo coronavírus, já demitiu mais de 35 mil postos de trabalho, o que corresponde a 13% da força de trabalho do setor (de 269 mil postos registrados em dezembro de 2019), conforme levantamento realizado pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) com empresas e sindicatos industriais dos principais polos calçadistas do País. A maior parte das demissões ocorreram em São Paulo (10.637), Rio Grande do Sul (10.293), Minas Gerais (5.177), Bahia (4.806) e Ceará (1.623). A Abicalçados estima que, em 2020, o setor possa perder até 57 mil postos de trabalho.

Queda na produção e venda de calçados

Segundo o presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, pesa para o dado negativo a queda na produção de calçados, que, conforme o IBGE, foi de 74,5% em abril no comparativo com igual mês do ano passado. No quadrimestre, a produção já acumulou uma queda de 27,6%. “Não temos demanda, não temos novos pedidos. Muitos lojistas estão com estoques”, comenta o executivo, ressaltando que mais de 85% da produção total de calçados fica no mercado doméstico. “Ano passado, a produção chegou a 908 milhões de pares. Em 2020, essa produção deve despencar 30%, com reflexo direto no emprego”, lamenta Ferreira.

Exportações de calçados brasileiros

O consumo doméstico não é o único propulsor do grave quadro de demissões do setor calçadista. Conforme dados elaborados pela Abicalçados, em abril 4,84 milhões de pares de calçados foram exportados, 40% menos do que no mesmo mês do ano passado. No quadrimestre, as exportações somaram uma queda de 14,4% ante período correspondente de 2019, chegando a 36,87 milhões de pares. “O mundo ainda está muito fechado, serviços logísticos estão prejudicados. O mercado externo vai levar um tempo para estabilizar novamente. Para 2020, acreditamos em uma queda de até 30,6% no volume de pares embarcadas ao exterior”, avalia Ferreira.